segunda-feira, maio 16

11º Capítulo


-Anemia de Diamond-Blackfan. - sentia um baque no coração casa vez que pronunciava aquilo.

-Eu disse que havia uma maldição. Não quiseste acreditar. Nem…

-Pai já chega. Não queres apoiar-nos não apoies, mas não dificultes as coisas.

E era assim que os dias se passavam. Passaram umas quantas semanas desde o diagnóstico. O médico veio falar comigo e com o Bill e disse-nos que havia uma maneira de ela ficar curada. Deixava de precisar da transfusão de sangue e podia ter uma vida normal.

-O que achas do tratamento? - perguntou-me.

-Ainda estás muito chateado comigo?

-Dixie…Não. Tu és a mãe da minha filha, vou sempre gostar de ti, de uma maneira ou de outra.

-Então vou ter de te pedir um favor. Eu quero tudo o que possa salvar a Hayley. Mesmo tendo noção que não queres nada comigo, que ela pode rejeitar a medula, que o bebé pode morrer. Nada me é tão precioso quanto ela. - menti, ele era-me muito também. -Eu quero tentar.

-Eu também quero. Mas vai ser difícil acertar à primeira.

-Nunca ouviste falar de fertilização in vitro? Não te vou pedir que faças nada comigo “embora eu queira muito”. Vamos recorrer a fertilização, escolher um embrião compatível e vou implantá-lo.

-Vais implantá-lo onde? - olhou para mim com os olhos muito abertos.

-Bill, no útero, onde achas que os bebés se desenvolvem? Mas pronto. Concordas?

-Se isso salvar a nossa menina… Eu faço tudo. - disse vindo abraçar-me.

 Era tão bom. O calor do corpo dele no meu, a sua respiração suave na minha nuca. Ia ter mais um filho com ele, e isso chegava-me por enquanto.

Nas semanas seguintes corremos do Havai para Nova Iorque e vice-versa. Dos oito óvulos que retiraram de mim e conseguiram inseminar, um era compatível com a Hayley. Com todos os testes que fizeram aos cromossomas do bebé percebemos que era outra menina. Ele andava todo animado porque a Hayley melhorou e podemos voltar para a Alemanha e babava constantemente para a minha barriga nada saliente. Comprámos uma casa onde vivíamos com a Hayley, que tinha o seu quartinho de princesa novamente e estávamos a decorar o da outra menina, que decidimos chamar Brielle. Era tão bom andar com ele a preparar a chegada da nossa filha mais nova. Os nossos pais e gémeos andavam também igualmente felizes pois no meio de toda a desgraça perceberam que ia haver um novo membro na família. O Tom arranjou namorada, uma tal de Avery Sommers, mas estava mais tempo com a sobrinha do que com ela.      

***

Chegou finalmente o dia há muito esperado. A nossa Brielle ia nascer e iam recolher as células estaminais do seu cordão umbilical para a Hayley. Fui transportada para a sala de partos e dei o meu máximo naquelas exaustantes 13 horas. Ela estava a vir numa posição nada favorável, e era muito difícil fazê-la sair. O Bill esteve o tempo todo ao meu lado, a dizer que estava quase, que a nossa menina vinha ai. Quando estava cansada e queria desistir lembrava-me da carinha da Hayley naquela cama de hospital e continuava. Finalmente a Brielle nasceu. Levaram-na de imediato. Só a vi de relance, mas era tão bonita ou mais ainda que a Hayley. A placenta demorou um pouquinho a sair e recolheram logo aquele sangue rico em preciosas células estaminais. Não precisei de pontos neste parto e depois de limparem tudo fui posta no quarto. Estávamos os dois nervosos e com uma carga emocional muito grande. Um médico entrou sem bater à porta.

-Sr. Kaulitz, Sra. Carter, lamentamos mas a vossa filha não resistiu.

Olhei para o Bill e só pensava que agora que tudo tinha chegado ao fim não podia ter perdido a minha filha. Tinha feito tudo por ela, gerado outra vida, e agora ela morria assim?

Peço desculpa, mas o tempo não chega mesmo.
Não tenho andado a ler nem a escrever, mas quando tiver um tempinho vou fazer isso tudo.
Este é da Lii's, a minha nova leitora! 

sexta-feira, maio 6

10º Capítulo


 Saber que a podia ter ajudado mais cedo e não o fiz porque não me apercebi que podia ser tão grave. A minha menina tinha leucemia e não havia nada que eu pudesse fazer para a ajudar. Diziam que ela não ia precisar de ficar internada para já, mas que tinha de ir lá com ela de vez em quando para ver como estava e que iam ver se eu era compatível com ela para poder receber a minha medula. Foi nesta altura que decidi que era melhor contar tudo ao Bill. Liguei ao meu agente e pedi que entrasse em contacto com o dele para ver se conseguia convencê-lo a encontrar-se comigo.

Cerca de uma semana depois chegou a resposta que Bill estava de férias e não poderia encontrar-se comigo, mas parece que a sorte desta vez esteve do meu lado e nesse mesmo dia encontrei-o na praia enquanto andava a passear com a Hayley. Ficou feliz por saber que a Hayley era filha dele mas quando lhe contei da doença o sorriso que eu amava desapareceu. Expliquei-lhe tudo o que sabia e decidimos que ela ia ser feliz no Havai enquanto conseguisse. Pedimos ao meu pai e à mãe dele para virem ter connosco. Mais uma vez o meu pai não se calava com a porcaria da maldição e eu continuava a não acreditar nela. Desde o primeiro dia que a minha menina andava toda feliz com a ideia de finalmente ter alguém a quem chamar pai.

-Mamã o papá pode vi connosco ao quato? Quelo mosta o desenho que fiz pa ele. - disse saltitando alegremente nos braços do Bill.

-Claro que sim amor. Vais ver o jeito que a tua filha tem para o desenho Bill.

-Se for como o pai coitadinha! Há-de sair grande coisa. - disse beijando ternamente a cabeça da menina e sorrindo.

Fomos para o quarto e ficámos ambos babados com a nossa pequena. O desenho não estava perfeito, mas tinha o pai, a mãe e ela. Fui-me sentar na cama de rede enquanto eles ficaram lá dentro a fazer alguma coisa. Não podia dizer-lhe que o amava. Escondi a Hayley durante imenso tempo, não tenho direito de sequer pensar coisas sobre ele. Nem sei bem como é que acreditou em mim sem pedir um teste de paternidade. Ouvi-o gritar e corri para o quarto. A Hayley tinha acabado de cair inanimada no chão.

***

-Lamento que tenhamos errado no diagnóstico. Todos os sintomas indicavam leucemia.

-Pois mas agora ela está pior. O senhor tem filhos por acaso? Sabe o que custa vê-los deitados numa cama sem energia e não poder fazer nada? - disse ele já irritado.

-Anda Bill, vamos para junto dela. - seguiu-me quase de imediato. -Estou farta disto. Já perdi a minha mãe por causa de um erro destes tipos e agora ainda me fazem isto à miúda.

Abraçou-me contra o peito e passava a sua grande mão em círculos para me tentar acalmar. Ponho-me a pensar o que vai ela dizer quando acordar. O que dirá ela de nós quando tivermos de a picar cinco noites por semana? O que dirá ela quando tiver de ir de duas em duas semanas ao hospital fazer uma transfusão de sangue?

-Como se chama mesmo o que ela tem? - assustei-me com a voz do meu pai. Não tinha dado pela sua presença.
Obrigada por não me abandonarem.
O Bill não podia estar quietinho com a barba feita!? Vou demorar a esquecer isso...

quarta-feira, maio 4

9º Capítulo



*Bill’s POV*

- Ela estava com a filha Tom, eu juro que não estou a delirar. Eu vi-a.

-Bill essa paixão maluca nunca vai funcionar. Ela é linda, tem uma filha e provavelmente um namorado ou até marido que não quer revelar.

-Mas ela veio ver-me Tom. Isso quer dizer que ainda não se esqueceu que existo.

-Bill pensa rapaz. Ela trouxe a filha a um concerto dos Tokio Hotel, não veio por ti ou por mim.

Passaram mais de dois anos e meio desde a última vez que a vi, mas não é isso que me impede de a amar como se estivesse ao meu lado. Esperei pelo amor da minha vida durante 6 anos, esperei por ela mais uns quantos. “É altura de te fazeres homem Bill”. Os sentimentos que ela despertava em mim. E a menina… cada vez que olho para ela imagino porque será que ela comigo tinha medo de engravidar para não estragar a carreira e depois foi ter uma filha com outro. Quero voltar ao hotel, ver o quarto e pensar que por momentos ela foi minha e de mais ninguém. É isso mesmo que vou fazer. Vou voltar ao Havai.

*Dixie’s POV*

Adormeci a Hayley e fui-me deitar na cama de rede. Chorei ao lembrar-me das noites que passei ali deitada no peito dele, a receber carícias intermináveis e a falar de tudo o que queria. Não podia fazer isso com mais ninguém. O Trevor, que era o meu maior confidente andava ocupado com o trabalho e com a namorada. Ouvi uns pezinhos a virem na minha direcção e apressei-me a limpar as lágrimas e peguei nela ao colo. Estava com um ar estranho.

-Mamã estou mal disposta…

A sua fala era perfeita para uma menina de dois anos. Só não conseguia dizer os r’s. Ela andava a vomitar bastantes vezes, tinha muitas nódoas negras, dores de cabeça e falta de energia.

-Já foste à casa de banho amor? - perguntei encostando os lábios à sua testa para verificar se estava a transpirar como de costume.

-Sim mamã. Sai sangue.

Quando ouvi isto peguei nela e na mala e fui direita à recepção para me chamarem um táxi que nos levasse ao hospital. Deixei o meu rebento aos cuidados dos médicos e fiquei impacientemente e contra a minha vontade na sala de espera. As horas passavam e ninguém me dizia nada. A única coisa que ouvia era exames para cá, exames para lá. Ao fim de cinco horas naquela agonia finalmente vieram ter comigo. De todas as más notícias que recebi na minha vida esta foi sem dúvida a pior.

É bom saber que continuam aí.
Hoje consegui vir, mas não se habituem...
 

terça-feira, maio 3

8º Capítulo


***

Cheguei ao quinto mês com a barriga quase lisa, a conta bancária relativamente recheada e uma casa completamente preparada para receber a minha filha. Era desta que eu ia provar que não existia maldição nenhuma.

***

Mais uma vez os meus irmãos, o meu pai e a Layla acreditaram que eu ia abortar, que a minha menina ia nascer morta ou ia morrer passado pouco tempo. Mas nada disso aconteceu. Nasceu saudável e linda. Agora com quase dois anos era a boneca dos olhos de todos. Tinha os olhos azuis do bisavô, a pele branquinha da tia Chloe, o meu sorriso, e o grande mistério para toda a gente, o cabelo loiro. A personalidade era uma mistura da minha e da do Bill. Muito se especulava sobre quem seria o pai dela. Nos primeiros meses de vida perguntaram-me várias vezes quem era, mas perceberam que eu não ia dizer e fartaram-se. A minha pequenina já me acompanhava em tudo. Estávamos sempre a passear juntas e a sessões fotográficas que melhor saiam eram comigo. Ela tinha muito potencial, mas por ser tão pequena era difícil de controlar. Foi com ela que percebi a falta que a minha mãe me fez.

Depois do nascimento dela muita coisa mudou na família. O Tyler estava casado com a Carly, embora eu soubesse que era uma farsa, porque nunca na vida ela se ia prender a um homem assim. Mesmo ele me deixa dúvidas quanto à lealdade. O Trevor namorava com uma fotógrafa, mas não queria filhos ou casamento.

A Hayley estava quase a fazer dois anos e decidi levá-la a um concerto dos Tokio Hotel. Foi um dia inesquecível para as duas. Não fiz o mínimo esforço para não ser reconhecida. Passei o tempo todo a cantar e a mimar a minha filhota e no fim ainda tinha mais uma surpresa para ela.

-Hales, sabes onde vamos passar o teu aniversário? - perguntei ao seu ouvidinho.

-Não mamã.

-Vamos passar um mês inteiro no sítio onde a mamã e o papá se conheceram. No dia dos teus aninhos fazemos o que quiseres.

-Então quelo conhece o papá! - afirmou com um sorriso digno de capa de revista.

-Isso não pode ser amor. O papá não vai connosco. O papá nem sabe que tu existes pequenina.

-Papá mau!

-Não filha o papá não é mau, tem é muita coisa para fazer.

Odiava mentir à minha filha, mas tinha mesmo de ser. Partimos nessa mesma noite para o Havai. Fiquei na suite onde ela foi gerada, o que me trouxe um aperto enorme ao peito de lembrá-lo. Dois anos e oito meses depois ali estava eu de novo, com uma filha pequena e sem o único rapaz que alguma vez conseguiu ficar em pé de igualdade com o amor que sinto pelo meu irmão.

Não me estrangulem, não consegui vir mais cedo. 
Agora com as aulas á mais complicado e tenho de melhorar a média (a Nena percebe a minha angústia)
Este é de todos os que me estão a acompanhar, espero que não me abandonem!