segunda-feira, junho 27

13º Capítulo


 A Hayley estava furiosa connosco por não a deixarmos sair de casa, mas não tínhamos outra escolha. A apenas três dias do transplante de medula ela não podia adoecer. Tinham passado mais de sete meses desde a morte da Brielle. O tempo passou muito devagar. Já quase não pensávamos na bebé, mas a ansiedade por causa do transplante da Hayley era muito grande. Só podíamos estar com ela e explicar-lhe o que ia acontecer, porque nessa mesma noite teríamos de ir para o hospital para todas as preparações necessárias. Ela adormeceu e eu aproveitei o momento para preparar as malas com tudo o que seria necessário para o tempo que estaríamos lá. As horas passaram e Bill veio buscar-nos. A presença dele era muito importante neste momento, tanto para mim como para a nossa filha. Acomodámo-nos no quarto que nos era destinado e ficamos a conversar com os médicos. A noite passou, e na manhã do dia seguinte vieram dizer-nos que iam fazer o transplante mais cedo porque não havia razão para esperar. Começou então a corrida deles. Eu fiquei simplesmente sentada na sala de espera enquanto o tempo passava. O Bill andava de um lado para o outro, a beber cafés atrás de cafés e nada nem ninguém o conseguia parar. Finalmente ela foi transferida para os cuidados intensivos, onde iria passar um ou dois dias para ver se o seu corpinho não rejeitava a medula da irmã. Isso significava que não ia poder vê-la. Deitei-me de costas nas cadeiras de plástico duro numa tentativa de descansar, mas o Bill veio ter comigo.

-Dixie, desculpa, eu não sabia que ia ser assim. Vamos começar a digressão dentro de quatro dias. Ela está bem, quer que eu vá, e se cancelasse tinha de contar que sou o pai dela. Mas eu não quero deixar-vos. - pensou alto enquanto encostava os cabelos negros na minha barriga.

-Não tem mal, eu e a minha família ficamos com ela. De qualquer maneira tens de fazer a tua vida, não é um erro de uma noite que vai acabar com quem tu és. - afirmei, pensando que para mim nunca tinha sido um erro.

Adormeci e só acordei passado umas horas, com o Bill lavado em lágrimas ao meu lado.

-Dixie ela não está nada bem. Está a rejeitar, o corpo dela pode não aguentar. E mesmo assim não nos deixam vê-la.

-Eu sei que é muito difícil Bill, mas temos de ser fortes.

-Deixa-me acabar! - gritou enfurecido, causando uma reacção de medo instantânea em mim. - Desculpa…eu…eu não te quero perder também. E deixa-me falar! Eu andei a esconder-te isto há muito tempo. Quando nos conhecemos no Havai eu comecei a sentir uma coisa por ti. Tu eras tão querida comigo…E depois aconteceu aquilo e eu... Dixie, eu…

Nem dei tempo de acabar. Ou muito me enganava ou ele estava a tentar dizer-me que também me amava, e não podia deixar esta oportunidade escapar assim. Levantei-me de repente e colei os meus lábios aos dele. Pude apreciar aquele toque durante alguns segundos, antes de ele me afastar.

-Desculpa, levei-te a pensar coisas erradas. Não era isso que eu queria dizer Addison. - boa, agora passei a Addison. -Eu queria dizer que já tinha alguém quando nos conhecemos. A Carly.

-Ca…Carly? Carly Safrom? - o pânico instalou-se nos meus olhos. Fiz figura de otária.
 Parece que isto por estes lados anda um pouco morto.  
Eu sei que também tenho culpa, mas vou tentar começar a postra mais frequentemente.
Este é de quem ainda tiver paciência para continuar a ler...

segunda-feira, junho 6

12º Capítulo


-Podemos vê-la? Gostávamos de a apresentar à bebé. - disse o Bill a conter as lágrimas.

-Sr. Kaulitz, quem faleceu foi a bebé. Nasceu saudável, mas aconteceu algo e não a conseguimos reanimar.

Não sei bem porquê, mas senti um alívio imenso. A minha filha tinha acabado de morrer sem eu a conhecer, mas eu não senti tanta dor como quando imaginei que tinha perdido a Hayley. Claro que estava muito triste era minha filha. Olhei de relance para o Bill e ele pareceu ler-me o pensamento.

-Eu sei Dixie, sentes-te aliviada por não ser a Hayley. Eu sinto o mesmo. Doutor, afinal acho que não queremos vê-la. É melhor para não sofrermos tanto e concentrarmos as nossas energias na nossa filha que bem precisa.

-Se é essa a vossa decisão… - disse retirando-se.

-Encosta ao meu ombro Dixie. - fiz o que mandou. -Quero que saibas que foste muito forte lá dentro. Nunca tinha visto ninguém ser tão forte em toda a minha vida. Acho que se fosse eu não aguentava.

Tinha-me chegado para o seu peito, e ele falava com o nariz enterrado no meu cabelo. Sentia falta de estar assim com ele, só a ouvir o bater do seu coração e ele a dar-me pequenos beijos na cabeça. Mas como tudo o que é bom tem de acabar, a Hayley entrou no quarto aos saltinhos e fez uma festa enorme quando viu o pai. Eram muito chegados, e eu sentia-me muito feliz e muito triste ao mesmo tempo, porque via o amor entre pai e filha, mas sentia que ela se esquecia de mim na presença dele. Nas horas que se seguiram recebi muitas visitas e estava a ficar verdadeiramente cansada. O meu pai ainda mais confiante da maldição, o Tom e a Avery que vinham todos contentes para conhecer a sobrinha, o Trevor ficou igual à D. Simone quando lhe contámos e o Dean que me veio dizer que a Layla estava grávida de novo. Depois de a minha filha morrer a última coisa que queria era falar de bebés e gravidezes. Felizmente a hora da visita acabou e eu fiquei sozinha com a promessa de mais visitas no dia seguinte. Esperei até estarem fora do meu alcance visual para começar a derramar todas as lágrimas que estavam oprimidas.

-Dixie… Hey, eu estou aqui - disse puxando-me novamente para o seu peito. Não tinha notado a presença dele. -Eu sei que dói. Vamos tratar de fazer o luto como deve ser e tratar da nossa menina. A Brielle está viva dentro de nós. Temos de fazer os possíveis para ser felizes Dixie. Por elas.

Chorei ainda durante algum tempo, mas com o passar dos dias e dos meses a dor foi acalmando. Vendemos a casa que comprámos quando eu estava grávida.

Peço desculpa pela ausência e pelo capítulo minúsculo, mas o próximo é maior.
Espero que não me tenham abandonado :s