Hoffnung-5ª Parte

-Não…hum, Hazel era um elogio.

-HAHAHAHA és mesmo tonto Bill. Devias ver o teu ar atrapalhado a tentar arranjar uma coisa para dizer! Ai que piada!

Afinal todo o tempo que a ignorei não foi desperdiçado. Ela tinha tido aulas de teatro, eu é que nunca quis ir ver as peças nem ensaios. Mas já me tinham avisado que ela tinha talento. Comecei a rir junto com ela e percebi que o meu plano estava a funcionar quando ela veio para junto de mim e me começou a fazer cócegas. Estávamos os dois em cima da minha cama e eu de repente fiz com que ela ficasse deitada por baixo de mim. Ela olhava para mim com os olhinhos muito abertos. Antes de ela ter tempo de fazer alguma eu beijei-a. Para minha grande surpresa ela correspondeu à minha intensidade. Mas como tudo o que é bom tem de acabar, o beijo cessou. Olhei para ela e estava muito coradinha. Sorriu-me timidamente e eu abracei-a como fazia antes de me chatear com ela. Ela saiu do meu quarto para ir tomar banho. Estava nas nuvens a pensar no que tinha acabado de acontecer e não reparei que ela tinha voltado atrás para me dar outro beijo antes de ir. 

A partir desse dia nunca mais a larguei. No hospital disseram que não tinha nada. A minha vida era perfeita. Tinha a melhor namorada do mundo, o melhor irmão e uns amigos fantásticos. Aos treze anos foram lá à escola uns homens de uma agência de modelos. Escolheram-nos aos quatro e mais dois rapazes, Gustav e Georg, que passaram a andar connosco para todo o lado. Aos quinze a Hazel desistiu da moda, mas não totalmente. Enquanto eu o Tom e a Karen ficámos a desfilar, a Hazel foi para estilista. Era ela que criava todas as nossas coisas. Mas quando fiz 16 anos tudo mudou. As agências só queriam o meu irmão porque mudei radicalmente e diziam que era uma pessoa instável que não tinha perfil de modelo. Mas ela estava lá para me apoiar, e felizmente tudo se resolveu. Tal como ela disse, a minha carreira tornou-se um sucesso. E agora? Três anos depois aqui estou eu, a olhar para a rapariga que amo, sem poder estar com ela.

*Flashback On*

Phone Call

-Bill, mano, não stresses. Estamos a chegar. Tivemos um atraso por causa da chuva. Cortaram a estrada e tivemos de vir dar a volta.

-Tom sabes que eu não estou a gostar nada desta ideia desde o início. Para que é isto tudo de despedida de solteiro Tom? Estas coisas são para quem está com pena de se casar. Eu não estou. É a coisa que eu mais quero no mundo.

-Bill relaxa. Confia em mim, eu tratei de tudo. E não vale tentares nada. Sou mais teimoso que tu e além disso já está quase. Até parece que é má ideia pedires a Hazel em casamento.

-Tudo bem. Podes passar à Hazel?

-Claro.

-Bill?

-Hazel, oh meu deus! Estou com um pressentimento terrível. E a tua irmã não para de me chatear o juízo. Quem vai a conduzir?

-O Tom. Eu e o Matt vamos no banco de trás a falar. Não sejas assim Bill. Nós estamos bem.

-Amor tem cuidado, eu não me estou a sentir bem e além disso o Tom está ao volante. Sabes como ele é…

-Ai tu és tão tontinho. Mas eu gosto muito de ti assim! Sabes que sim, não é meu amor?

De repente ouvi gritos e um choque.

-Hazel?

 Do outro lado só se ouviu uma pessoa a tossir e alguém a sufocar.

Phone Call End

Desliguei o telemóvel e liguei para as nossas mães. A minha mente não funcionava bem, mas tinha a certeza que o meu feeling se tinha concretizado. Algo tinha acontecido por causa do teimoso do Tom. Quando cheguei ao hospital passado duas horas com as nossas mães e chamaram logo por nós sabia que alguém se tinha magoado a sério. Eu tinha o meu irmão gémeo, a minha namorada e um amigo muito querido. Levaram a tia Margret e pediram à minha mãe para ir com ela. Eu fiquei ali, esperando que alguém nos viesse dar notícias. A Karen andava de um lado para o outro. Aquele dia de final de Junho, que era suposto ser um dos mais felizes da minha vida, estava-se a tornar um autêntico pesadelo. Passado cerca de meia hora vem o Tom com um penso na testa, um saquinho na mão e o lábio a sangrar. A Karen correu para o receber. Eu a custo levantei-me e fui ter com ele.

-Tom como estás?

Ele deu-me um soco tão grande no estômago que eu mal consegui respirar.

-Bill odeio-te. Por causa do teu estúpido plano de despedida de solteiro e de pedir a Hazel em casamento fiquei sem o piercing e com o meu Cadillac na sucata!

Não percebi aquela atitude. Meu plano? O que eu queria era pedi-la em casamento em casa, junto da família e amigos mais chegados. Quem quis a despedida de solteiro foi ele. E desde quando a saúde de duas pessoas era mais importante que um piercing e um carro? Ele estava bem, mas ainda não sabia de nada dos irmãos. A tia Margret saiu com a minha mãe lá de dentro lavada em lágrimas. O Tom foi com a Karen e a tia para casa. A minha mãe ficou para me dizer.

-Filho, eu tenho de ir para casa. A tia Margret não está bem. Queria ficar aqui contigo, mas tu neste momento não estás a sofrer tanto como ela, mesmo quando eu te contar. O Matt morreu Bill. A Hazel está em coma. Não me venhas com coisas que ela é tua namorada e que estás a sofrer. Eu sei que é verdade, mas nada se compara à dor de perder um filho.

Claro que compreendi. Agora o que eu mais queria era ver como ela estava. Mas não podia. Ainda não tinha sido transportada para a unidade de internamento, e as pessoas que estão nos cuidados intensivos não têm direito a visitas.

*Flashback Off*

Para a HKaulitz pelo entusiasmo. Esse posta rápido também se aplica a ti!!!

A próxima parte é a última.